sexta-feira, 22 de agosto de 2014

ANJALI MUDRA


A palavra Mudrá nos é apresentada com vários significados, porém, o mais conhecido é gesto. São gesticulações realizadas com as mãos, pés, língua, olhos e com todo o corpo. São também apresentados como selos ou símbolos.
As posturas simbólicas das mãos e do corpo nos auxiliam em nossos processos de ampliação da consciência. Para a filosofia indiana, os mudrás são uma dádiva de Brahman (Deus), e para os hindus, uma forma de canto com o corpo. O corpo se expressa através dos gestos e emoções psíquicas como: alegria, tristeza, ansiedade, medo, etc. A finalidade dos mudrás é controlar o processo energético do corpo e as funções do sistema nervoso através das terminações nervosas do sistema simpático.

Com a prática, a percepção volta-se para as mensagens do corpo, beneficiando o praticante em seu processo de auto-conhecimento, o ideal é que durante sua execução, o praticante concentre-se nos chackras.
Os Mudrás são considerados tão poderosos, que podem trabalhar para a transformação da vida de uma pessoa. Eles liberam a energia presa no corpo e ajudam a regularizar os cinco elementos do corpo humano, terra, água, fogo, ar e éter.

Um dos Mudrás mais utilizados na prática do yoga, é de simples execução, porém, possui um profundo efeito no corpo psíquico, é o Anjali Mudra (também conhecido como Namaskar ou Pronam Mudrá). Anjali significa “oferecer”. Esse gesto é feito colocando as mãos unidas na altura do coração. É também utilizado em alguns ásanas (posturas), como o Tadasana, a postura da montanha, antes de iniciar a Saudação ao Sol ou em posturas de equilíbrio. Também utilizado para fazermos o gesto Namastê (“A Luz Divina que há em mim saúda a Luz Divina que há em você”) fechando os olhos e inclinando a cabeça à frente. Essa saudação está na essência da prática yóguica de ver o Divino em toda a criação. Dessa forma esse gesto é oferecido igualmente para as divinidades, no templo, para professores, família, amigos, “desconhecidos” e na reverência a natureza.

Quando você une as mãos em frente ao peito está literalmente conectando os hesmiférios direito e esquerdo de seu cérebro. Esse é o processo yóguico da unificação, a junção de nossas naturezas ativa e receptiva. Na visão yóguica do corpo, o coração energético ou espiritual é visualizado como uma flor de lótus no centro do peito. O Anjali Mudra alimenta esse coração de lótus com sabedoria, suavemente estimulando-o a se abrir, do mesmo jeito como a água e a luz fazem com uma flor.

Inicie o Mudrá sentando-se em uma posição confortável. Alongue a coluna, una as palmas das mãos abertas em frente ao peito vagarosamente, como se estivesse recolhendo todas as bênçãos para dentro de seu coração , contemplando sua própria metáfora unindo-se ao Todo, o seu lado direito e o esquerdo, o masculino e  o feminino, a lógica e a intuição, a força e a suavidade. É muito importante que o Mudrá ou a Oferenda seja verdadeiro, que venha de seu mais profundo EU para que possa ser eficaz e capaz de elevá-lo. Alinhe sua mente (Consciência), seu sentimento (Coração) e suas ações (Corpo) nesse gesto, assim você estará conectado e presente, sentirá que o momento está pleno de paz e significado.
 

O Anjali Mudra pode ser executado a qualquer momento, no início e no término de qualquer coisa importante que você tenha de fazer.
No dia a dia esse gesto pode ser usado como uma ponte do EU interior com as experiências externas, quando agradecemos a refeição, quando comunicamos nossa verdade em um relacionamento ou como forma de acalmar os ânimos quando nos sentimos agitados ou presos. É uma forma antiga de ajudar os Seres humanos a se lembrarem do dom da vida e usá-lo sabiamente, ele é tão antigo quanto o início dos tempos. É rico em qualidade, significado e substância. Em um momento de singela simplicidade somos transportados para a eternidade por meio do Anjali Mudrá.


Fontes: Ramm-Bonwitt, Ingrid, Mudrás – As mãos como símbolo do Cosmos

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