ANJALI MUDRA
A palavra Mudrá nos é apresentada com
vários significados, porém, o mais conhecido é gesto. São gesticulações
realizadas com as mãos, pés, língua, olhos e com todo o corpo. São
também apresentados como selos ou símbolos.
As posturas simbólicas das mãos e do
corpo nos auxiliam em nossos processos de ampliação da consciência. Para
a filosofia indiana, os mudrás são uma dádiva de Brahman (Deus), e para
os hindus, uma forma de canto com o corpo. O corpo se expressa através
dos gestos e emoções psíquicas como: alegria, tristeza, ansiedade, medo,
etc. A finalidade dos mudrás é controlar o processo energético do corpo
e as funções do sistema nervoso através das terminações nervosas do
sistema simpático.
Com a prática, a percepção volta-se para
as mensagens do corpo, beneficiando o praticante em seu processo de
auto-conhecimento, o ideal é que durante sua execução, o praticante
concentre-se nos chackras.
Os Mudrás são considerados tão
poderosos, que podem trabalhar para a transformação da vida de uma
pessoa. Eles liberam a energia presa no corpo e ajudam a regularizar os
cinco elementos do corpo humano, terra, água, fogo, ar e éter.
Um dos Mudrás mais utilizados na prática
do yoga, é de simples execução, porém, possui um profundo efeito no
corpo psíquico, é o Anjali Mudra (também conhecido como
Namaskar ou Pronam Mudrá). Anjali significa “oferecer”. Esse gesto é
feito colocando as mãos unidas na altura do coração. É também utilizado
em alguns ásanas (posturas), como o Tadasana, a postura da montanha,
antes de iniciar a Saudação ao Sol ou em posturas de equilíbrio. Também
utilizado para fazermos o gesto Namastê (“A Luz Divina que há em mim
saúda a Luz Divina que há em você”) fechando os olhos e inclinando a
cabeça à frente. Essa saudação está na essência da prática yóguica de
ver o Divino em toda a criação. Dessa forma esse gesto é oferecido
igualmente para as divinidades, no templo, para professores, família,
amigos, “desconhecidos” e na reverência a natureza.
Quando você une as mãos em frente ao
peito está literalmente conectando os hesmiférios direito e esquerdo de
seu cérebro. Esse é o processo yóguico da unificação, a junção de nossas
naturezas ativa e receptiva. Na visão yóguica do corpo, o coração
energético ou espiritual é visualizado como uma flor de lótus no centro
do peito. O Anjali Mudra alimenta esse
coração de lótus com sabedoria, suavemente estimulando-o a se abrir, do
mesmo jeito como a água e a luz fazem com uma flor.
Inicie o Mudrá sentando-se em uma
posição confortável. Alongue a coluna, una as palmas das mãos abertas em
frente ao peito vagarosamente, como se estivesse recolhendo todas as
bênçãos para dentro de seu coração , contemplando sua própria metáfora
unindo-se ao Todo, o seu lado direito e o esquerdo, o masculino e o
feminino, a lógica e a intuição, a força e a suavidade. É muito importante que o Mudrá ou a
Oferenda seja verdadeiro, que venha de seu mais profundo EU para que
possa ser eficaz e capaz de elevá-lo. Alinhe sua mente (Consciência),
seu sentimento (Coração) e suas ações (Corpo) nesse gesto, assim você
estará conectado e presente, sentirá que o momento está pleno de paz e
significado.
O Anjali Mudra pode ser executado a qualquer momento, no início e no término de qualquer coisa importante que você tenha de fazer.
No dia a dia esse gesto pode ser usado
como uma ponte do EU interior com as experiências externas, quando
agradecemos a refeição, quando comunicamos nossa verdade em um
relacionamento ou como forma de acalmar os ânimos quando nos sentimos
agitados ou presos. É uma
forma antiga de ajudar os Seres humanos a se lembrarem do dom da vida e
usá-lo sabiamente, ele é tão antigo quanto o início dos tempos. É rico
em qualidade, significado e substância. Em um momento de singela
simplicidade somos transportados para a eternidade por meio do Anjali Mudrá.
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