DESEJOS SUPERFICIAIS E EXTRAORDINÁRIOS
Até agora nossos desejos tenderam a ser muito superficiais,
egoístas e imediatistas. Se tivermos que querer algo, então que seja nada menos
do que a completa iluminação de todos os seres. Eis aí algo digno de ser
desejado. Recordarmo-nos sempre do que verdadeiramente vale a pena querer é um
importante elemento da prática espiritual.
Desejo e apego não mudam da noite para o dia. O desejo, porém,
torna-se menos comum à medida que redirecionamos nossos anseios mundanos para a
aspiração de fazer tudo o que está ao nosso alcance para ajudar todos os seres a
encontrar felicidade permanente.
Não temos que abandonar os objetos habituais dos nossos desejos
— relacionamentos, riqueza, fama — mas, na medida em que contemplamos sua
impermanência, ficamos menos apegados a eles. Se temos a atitude de nos
regozijar com a nossa sorte quando eles aparecem e, ao mesmo tempo,
reconhecermos que não irão durar, começamos a desenvolver qualidades
espirituais. Cometemos, em menor número, os atos nocivos que resultam do apego
e, assim, criamos menos carma negativo; geramos mais carma favorável, aumentando
gradativamente as qualidade positivas da mente.
Chagdud Tulku Rinpoche
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